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18 março 2009

A Infelicidade mora ao lado


Um dia ela acordou e descobriu a solução para a sua vida. Tentaria, como num oposto, tentar ser infeliz. Amigos, faz sentido! O que procuramos a vida inteira? A felicidade. Mas a felicidade, essa ingrata, sempre nos despreza. E não se pode viver no desprezo.
Sim, vez por outra ela até que nos dá alguma bola, sopra coisas no nosso ouvido, traz presentes, chega mais cedo em casa. Retribuímos, claro, nos sentimos finalmente existindo. Andamos pelas ruas sorrindo por nada. Tratamos a felicidade a pão de ló. E ela? Ela logo enjoa. E nos trai. Mas agora, tudo estava resolvido. Se casaria, para sempre, papel passado e tudo, com a Infelicidade.
Sua vida se transformaria, a partir de então, num paradoxo, num paradoxo lindo. Ao contrário da outra – da ingrata, desclassificada, simplória - a Infelicidade está sempre pronta para nós. Ela nos paga bebidas, nos faz cafuné, dorme conosco e também faz companhia nas insônias e noites mal dormidas. Ela nos ajuda a emagrecer, ela é a nossa verdadeira amada amante. Mesmo quando não ligamos para ela, tolos que somos, dando bola para a outra, ela espera. Espera, humilde e cheia de coragem, como são as esperas de amor. Ela sabe que sempre voltaremos para os seus braços. Eis o paradoxo.
Se dedicando à Infelicidade – servindo ovinhos mexidos pela manhã, lhe dando todo o afeto e se entregando das formas mais luxuriosas para ela - seria assim, feliz, sendo infeliz. E se tudo desse errado, porque tudo dá errado no final, ela seria infeliz na sua trajetória. Sendo, então, feliz.

:: Escrito por Jô Hallack ::

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